"A menina que roubava livros" é uma história encantadora e maravilhosa que tem como personagem principal Liesel Meminger, uma garota que vivia na Alemanha na época de Hitler e tudo o mais.
O livro já começa triste, pois Liesel presencia a morte do irmão e como se não bastasse ela é mandada para a casa de pessoas estranhas que a partir do momento seriam seus novos pais pelo motivo de que sua mãe verdadeira não possuía dinheiro para sustenta-la. Depois Liesel vê que os seus pais adotivos são muito bons e em pouco tempo a menina já os ama como se fossem os de sangue. Na época em que chegou a nova casa, na rua Himmel em Munique na Alemanha, a ladra de livros tinha 10 anos e não sabia ler, mas ela já possuía um livro, fruto do seu primeiro roubo, "O manual de um coveiro", ela o encontrou no chão do cemitério em que seu irmão foi enterrado e o pegou para ela, depois desse, muitos outros vieram...
Em sua nova casa, Liesel faz amigos e arruma um cúmplice para seus furtos, seu nome era Rudy, seus cabelos eram cor de limão e ele tinha o desejo de beija-la. O novo pai ensina a garota a ler e esse passa a ser um de seus hobbies.
"A menina que roubava livros" é uma obra espetacular e a narradora nos surpreende, pois essa se chama morte, ela nos dá os fatos e a sua própria visão das coisas, das mortes e dos humanos. Admiro muito o autor Markus Zusak por ter escrito algo assim, é preciso uma criatividade tamanha para isso, eu amei. Outra coisa que é bem interessante nesse livro é o fato de que podemos meio que "presenciar" alguns fatos históricos.
As coisas começam a ficar realmente tristes, na minha opinião, com a chegada de um judeu a casa na rua Himmel, os pais de Liesel o estavam escondendo e era triste, pois Max (o judeu) ficava apenas no porão, ele não tinha a chance nem de ver o céu e para mim, isso não é vida. Seu passatempo passou a ser escrever para Liesel ou desenhar. Ate que um dia ele se foi... teve que ir, mas ele viveu. Pelo menos ate o ponto em que o livro acaba, a narradora não nos diz ter pegado a alma do pobre judeu.
Durante o livro, o pai de Rudy e o de Liesel são mandados para a guerra e esta começa a chegar perto deles, muitas vezes eles ouviam as sirenes da cidade soarem e eram obrigados a correr para os porões com a intenção de se protegerem das bombas, mas felizmente elas demoraram a chegar. Depois de um tempo o pai de Liesel volta e continua a tocar o acordeão que ele tanto amava.
Tempos passaram, mas era inevitável, um dia as bombas chegariam.O problema foi que quando atingiram a rua Paraíso (Himmel) as sirenes não haviam tocado e todos estavam dormindo, foram atingidos sem nem mesmo terem a chance de tentarem se salvar... mas as vezes penso que foi melhor assim, eles morreram calmos e serenos, exceto por Liesel que foi salva pelas palavras e literalmente dizendo, pois ela viveu pelo motivo de que estava no porão lendo, o porão a salvou e a leitura também.
Ficamos felizes pela sobrevivência da garota, mas nosso coração parte quando vemos Liesel descobrir que todos os outros morreram, seus pais, seus amigos, seus vizinhos, todos... quando ela encontra os corpos é uma tristeza só, Liesel chama por eles, os balança, é inevitável não chorar nessa parte. Liesel abraça seus pais, diz que os ama, lembra-se de momentos nos quais eles passaram juntos e imagina seu pai se levantando dali e tocando acordeão para ela por uma ultima vez... Com Rudy a dor é a mesma, isso se não for maior, será que você se lembra do beijo que disse que ele sempre sonhava em ganhar da garota? Pois é, Liesel não o beijou enquanto havia tempo e também nunca disse que o amava, por que ela o amava. Se nossos corações estavam partidos, agora explodem, Liesel o beija, mas de que adianta? O garoto não pode sentir, morreu sem saber como era o beijo de Liesel Meminger.
Depois de muitos e muitos anos, quando Liesel já era uma senhora, a morte vai busca-la, a essa altura ela já tem filhos, um marido e netos, mas seu coração nunca esqueceu seus tão amados parceiros da rua Himmel.
Se você ainda não leu "A menina que roubava livros", leia! É um livro triste, mas acima de tudo um livro que nos ensina a valorizar nossa vida e principalmente a amarmos as palavras, pois assim como elas salvaram Liesel também podem salvar a você. Liesel era uma garota inspiradora que roubava livros e eu não a achei criminosa em momento algum. Já parou pra pensar o quanto roubar livros é contraditório ? Ela roubava, fazia algo errado, mas nem ligamos, pois ela roubava para ler, é algo tão encantador...
Beijos!
M.E.
Nenhum comentário:
Postar um comentário